A economia portuguesa vai crescer menos uma décima que o previsto este ano, 2,1% do PIB, fruto de um abrandamento da procura externa, mas também terá crescido menos uma décima que o previsto pelo anterior Governo no ano passado, apenas 1,5% do PIB. O Governo de António Costa espera que a taxa de desemprego caia de 12,3% para 11,2%, um ritmo de redução mais baixo que no ano passado.

No esboço do orçamento que envia esta sexta-feira a Bruxelas, o Governo estima que a economia tenha crescido apenas 1,5% no ano passado. A última estimativa do anterior Governo apontava para que tivesse alcançado os 1,6%. O crescimento no ano passado ficou ainda abaixo das expetativas do FMI, da Comissão Europeia e da OCDE.

Para este ano, a previsão foi revista em baixa dos 2,2% do PIB que estavam no programa de Governo, para 2,1% do PIB, como anunciado esta quinta-feira por Mário Centeno e incluído no esboço do orçamento conhecido hoje.

A revisão em baixa deve-se a uma redução na procura externa – devendo por isso ter implicações muito limitadas no défice orçamental-, que se verifica no crescimento das exportações a um ritmo mais baixo que o verificado em 2015: passa de 5,9% para 4,9%.

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A procura externa líquida prevista pelo Governo deverá ser mais uma vez negativa, pelo terceiro ano consecutivo, embora a um ritmo menor. Depois das quedas de 1,2% em 2014, e de 0,7% em 2015, a equipa de Mário Centeno espera que a procura externa volte a cair, mas apenas 0,3%.

Desemprego diminui, mas mais lentamente

Já no que diz respeito ao desemprego, a estimativa mantém-se numa redução para os 11,2%. A taxa de desemprego deve assim continuar a cair, mas a um rimo mais baixo face ao que aconteceu no ano passado, quando caiu de 13,9% para 12,3%.

Esta redução menor reflete também um ritmo menor de criação de emprego previsto para este ano. Segundo o esboço do orçamento, a criação de emprego devera rondar os 1% este ano, depois dos 1,4% de 2014 e dos 1,1% de 2015. Estes valores estarão afetados também por um efeito de base, já que a queda que se verificou em especial durante o período do resgate faz com que a recuperação comece a ser menos pronunciada depois de aumentos maiores nos primeiros anos de recuperação.